2 A Marca

2.1 Fundamento

  • Exercício de “atitude de principiante” para pensar a partir do não-pensado e do indiferenciado, como se a nossa própria representação do universo iniciasse numa tabula rasa em que aos poucos marcamos regiões do espaço-tempo e lhe atribuímos/identificamos propriedades.

  • Discussão da divisão/dicotomia/diaresis em Castoriadis (2002) pág. 34.

  • Toda a escolha consciente que tenha ação/relação/consequência com o externo é uma escolha política?

  • Marca também no tempo, não somente no espaço. Como na definição de jogo, abarcando espaço-tempo.

2.2 Discussão

  • Das “primitivas”:

    • Importância de entender as “primitivas” (primitives) que caracterizam a nossa (nossa?) civilização, como a Marca.

    • Marca permite a contagem.

    • A “point-free geometry” de Whitehead:

      Point-free geometry was first formulated in Whitehead (1919, 1920), not as a theory of geometry or of spacetime, but of “events” and of an “extension relation” between events. Whitehead’s purposes were as much philosophical as scientific and mathematical.

      https://en.wikipedia.org/wiki/Whitehead%27s_point-free_geometry Acessado em 15/05/2022

  • Marca e diferença:

    • Talvez a diferença entre marca e diferença seja irredutivel e a escolha define uma noção de mundo de grandes consequêcias. Talvez a marca que separe diferença de marca seja intransponível.

    • Dá para encarar o mundo como conjuntos variáveis de diferença ou como um retalho de marcas.

    • Dá pra definir a marca como uma diferença e a diferença a partir das marcas.

    • A marca da diferença e a diferença da marca.

  • Marca, divisão:

    • Processo de corte/marcação produzindo a estruture ontológica em árvore: do Um sem forma infinitos recortes ontológicos são possíveis: qual estrutura de categorização (isto é, de recortes) será escolhida por alguém tentando entender o mundo? Em quais situações que a categorização é refeita, remendada, modificada?

    • A cada recorte, uma forquilha (fork) é produzida na árvore: o que não estava cindido agora é dividido em mais duas partes.

    • Processo “analítico”: quando se fala em “cortar” um “objeto”.

    • A linha dividida (Platão).

    • Pieter Adriaans (2008) pág. 96.

  • Marca, junção:

    • Marcas produzem fragmentos, no sentido dos framentos de Cauquelin (2023).
  • Marca e sociedade:

    • “O Anti-Édipo: Capitalismo e Esquizofrenia 1”, Gilles Deleuze Félix Guattari (2011), especialmente.

      • Tatuagem, socius inscritor etc, Gilles Deleuze Félix Guattari (2011) Cap. III.
    • Discussão sobre marca em Pasquinelli (2023) Cap. 1.

    • “Conceituar, assim, é, antes de tudo, excluir.”, Mussa (2021) pág. 172.

    • Marca e recorte (como os recortes da racialização etc).

    • A invenção da fronteira é a invenção do contrabando.

    • “Cabra marcado para morrer”.

    • Logomarcas. Símbolos e suas associações.

  • Insistência na Marca:

    • Por que insisto no conceito de Marca? A nossa civilização (nossa?), quer dizer, a civilização em que vivemos, é caracterizada pela marcação autoritária dos corpos, dos corações, das mentes, dos territórios, dividindo, explorando e expropriando a partir disso. Pretendo demonstrar como o Estado pode ser entendido como o conjunto dessas marcas. Seria esta uma característica de toda a “civilização”?

    • Marca versus Forma? Ou análogas, cada qual à sua maneira?

  • Agrupamento e Marca.

  • Marca, fronteira e memória:

    • Uma marca no espaço é fronteira.

    • Uma marca no tempo é memória.

2.3 Além

  • Para além de Brown (1972):
    • F. J. V. G. (1975)

    • L. H. K. F. J. V. G. (1980)

    • “Laws of Form, Majorana Fermions, and Discrete Physics”, Kauffman (2013).

2.4 Notas laterais

  • Desenhar distinções:
    • Círculo no plano e retângulo como em Kauffman (2020) pág. 4.

    • A marca (símbolo gráfico usado por G. Spencer Brown).

Bibliografia

Brown, George Spencer. 1972. Laws of Form. Julian Press. https://archive.org/details/LawsOfForm.
Castoriadis, Cornelius. 2002. On Plato’s "Statesman". 1st ed. Meridian: Crossing Aesthetics. Stanford University Press.
Cauquelin, Anne. 2023. As máquinas na mente. Traduzido por Laurent de Saes. Martins Fontes.
G., Francisco J. Varela. 1975. “A calculus for self-reference”. International Journal of General Systems 2: 5–24. https://doi.org/10.1080/03081077508960828.
G., Louis H. Kauffman; Francisco J. Varela. 1980. Form dynamics. Journal Social Biolo. Struct., 171–296.
Gilles Deleuze Félix Guattari, Luiz B. L. Orlandi (Translator). 2011. O Anti-Édipo: Capitalismo e Esquizofrenia 1. 1st Edition. Vol. 1. Coleção Trans. Editora 34.
Kauffman, Louis H. 2013. “Laws of Form, Majorana Fermions, and Discrete Physics”. In The Physics of Reality, 1–18. World Scientific.
———. 2020. “Laws of Form - An Exploration in Mathematics and Foundations”. http://homepages.math.uic.edu/~kauffman/Laws.pdf.
Mussa, Alberto. 2021. A origem da espécie - o roubo do fogo e a noção de humanidade. Editora Record.
———. 2023. The Eye of the Master: A Social History of Artificial Intelligence. Verso.
Pieter Adriaans, Johan F. A. K. van Benthem. 2008. Philosophy of Information. 1º ed. Handbook of the Philosophy of Science. North Holland.